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  • Giovana Frioli

O centenário a caminho da eternidade de José Saramago

Atualizado: 4 de dez. de 2021

“O escritor está vivo e entre nós, chama-se ele José Saramago”: a cerimônia do centenário do escritor promete por os olhos no futuro e elogiar a literatura.

 


As comemorações para o centenário de José Saramago pretendem colher grandes frutos no futuro. Desde a última terça-feira (16), os 100 anos do escritor português estão sendo festejados durante um ano com uma programação especial por Portugal, Brasil, Espanha e outros países do globo. A organização é feita pela Fundação José Saramago com parceria da Rede de Bibliotecas Escolares e com o Plano Nacional de Leitura.


A memória do único Nobel da Língua Portuguesa será revivida em atividades de cinema, música, literatura, teatro, ópera e em diversas áreas do mundo das artes. O primeiro evento foi feito com uma leitura simultânea em 100 escolas portuguesas de obras do autor. Nas do Ensino Básico o seu livro ‘A Maior Flor do Mundo’, nas do Ensino Secundário páginas do ‘Memorial do Convento’ e ‘O Ano da Morte de Ricardo Reis’.


A pequena amostra faz parte de um programa extraordinário, que de 16 a 18 de novembro integra o ‘II Colóquio de Estudos Saramaguianos’, pelas Universidades Federais do Rio Grande do Norte e Fluminense, e de 10 a 13 de dezembro a ‘VI Conferência Internacional José Saramago’ da Universidade de Vigo.


As comemorações têm como comissário Carlos Reis, o catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, especialista de Literatura Portuguesa e que foi designadamente diretor da Biblioteca Nacional e reitor da Universidade Aberta. No anúncio do evento, o professor comentou: "Celebramos mais do que a literatura e mais do que Saramago. Celebramos a cultura como espaço de liberdade e como constante motivo de superação dos limites".


Além de enaltecer a literatura, a programação tem a intenção de resgatar uma reflexão sobre a atualidade: “A partir da mensagem de Saramago e da preocupação ética e social que atravessa a sua obra, insistimos na necessidade de denunciar a violência e a intolerância, os crimes ambientais e as falácias das democracias que se vão degenerando. E ainda a consciência dos deveres humanos, a partir e para além da reivindicação dos direitos humanos. Celebramos, em suma, a nossa obrigação de estarmos atentos e vigilantes, num mundo sombrio e carregado de contradições.”, diz o comissário Carlos Reis.


“Vivo em desassossego, escrevo para desassossegar”: com as palavras de Saramago, o centenário pretende prestigiar a leitura como a interpelação do mundo e dos homens; como aquela que provoca e questiona as instituições e convenções do presente. O programa é concebido em quatro eixos para valorizar Saramago: 1) o da biografia; 2) o da leitura e a conquista de novos leitores; 3) o das publicações, contemplando a reedição da obra saramaguiana; 4) o das reuniões académicas, em Portugal e outros países.


Além da ação de ‘Leituras Centenárias’ pelas centenas de escolas, o dia 16 teve atividades nas sete bibliotecas da Bibliotecas José Saramago, às 18h com leituras encenadas, maratonas de leitura e leituras por redes sociais. Às 20h, no São Luiz Teatro Municipal, a escritora Irene Vallejo leu um Manifesto pela Leitura; segue-se um concerto pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida pelo maestro Pedro Neves. O programa é composto por ‘As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz’, de Joseph Haydn, com leitura de textos de José Saramago pela atriz Suzana Borges.


A programação completa pode ser conferida no site da Fundação José Saramago: https://www.josesaramago.org/programacao/.


Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico.

Variante linguística brasileira utilizada.

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