Adolescentes e Internet: como se proteger enquanto navega?
- Giovana Frioli
- 20 de nov. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de nov. de 2021
Saiba como hábitos ou momentos de desatenção podem abrir brechas para criminosos virtuais.

(Foto: Pexels)
No ambiente online há sempre o risco de interagirmos com pessoas que nunca vimos antes ou não sabemos de onde são. Pela facilidade de omitir, trocar ou esconder informações pessoais os criminosos têm usado as redes sociais, jogos eletrónicos e aplicativos de mensagens com o objetivo de se aproximar de crianças e adolescentes para cometer crimes virtuais, como enviar fotos vítimas ou praticar o ‘sextortion’ (com chantagem da vítima por motivos sexuais).
Durante a pandemia de Covid-19, a quantidade de crimes e denúncias deste tipo disparou na internet. De acordo com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e a Polícia Judiciária desde o início da pandemia aumentou o número de contactos para a Linha Internet Segura. O crime de pornografia infantil lidera a quantidade de denúncias, de acordo com a APAV.
Mas de que forma os agressores podem tentar abordar as crianças e adolescentes? Apesar de não existir um padrão, há armadilhas comuns.
“Vamos jogar juntos?”
Os assediadores podem aproveitar o interesse das crianças e adolescentes pelos jogos para tentar aproximação. Uma das formas mais comuns é através de fóruns, chats e partidas colaborativas, em que os jogadores se reúnem em equipe. Os criminosos tendem a oferecer pagamento de mercadorias e acessórios para melhorar os personagens dos jogos em troca de favores, condições e até mesmo informações pessoais.
Fingem ser adolescentes
É importante estar atento se a conversa realmente parece ser de uma criança ou de um adolescente. Os criminosos podem criar perfis falsos e até mesmo simular vozes por meio de programas especiais para se passar por outra criança. É importante sempre estar atento à linguagem utilizada e se a pessoa sempre se recusa às conversas por vídeo ou live.
Personagens de desenhos em situações pornográficas ou de abuso
De acordo com especialistas em segurança virtual em algumas situações há uma tentativa do aliciador de naturalizar o sexo entre menores de idade por meio do envio de imagens que retratam personagens em cenas pornográficas ou de abuso.
“Você é bonito, quer ser modelo?”
Uma maneira que os assediadores encontram para abordar os adolescentes é por meio de agências de modelo falsas. O alvo geralmente são os adolescentes e pré-adolescentes. Com a promessa de uma vida glamorosa e a oferta de uma vida de modelo, os perfis pedem que os jovens enviem fotos para uma suposta avaliação. Quando o vínculo é fortalecido, a conversa evolui para fotos de biquíni ou sunga.
“Está se sentindo triste? Eu posso ajudar”
Com o uso da internet como um espaço de comunicação e manifestação de sentimentos, os adolescentes passam a expressar com mais frequência tristeza, melancolia e frustração nas plataformas digitais. Identificar e encontrar pessoas fragilizadas emocionalmente é um dos caminhos que os aliciadores usam para ser mais íntimos dos jovens.
Para identificar um perfil falso e proteger as crianças e adolescentes é importante que eles estejam atentos às instruções de não confiar em pessoas que conversam apenas online. Uma das dicas também é pesquisar as fotos de perfil em sites como o Google, a fim de compreender se não pertencem a outra pessoa ou bancos de imagem. É importante também analisar o perfil, como a lista de amigos ou seguidores. Se a pessoa não possui comentários ou marcações de amigos, esteja atento.
Para pedir ajuda ou denunciar crimes virtuais a Linha Internet Segura possui o telefone 800 21 90 90 ou através do correio eletrónico (linhainternetsegura@apav.pt).
Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico.
Variante linguística brasileira utilizada.
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