Militantes não disseram "Chega!" a André Ventura
- Ana Francisca Maio
- 2 de dez. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de jan. de 2022
André Ventura foi reeleito, no dia 6 de novembro, presidente do partido Chega. O candidato conseguiu 94,78% dos 4 mil votos.
Mais uma vez a votos, Ventura conquistou a presidência do Chega. Segundo a direção, num total de 40 mil militantes, dos quais apenas metade tem poder de voto, foram às urnas 4 mil. O oponente, Carlos Natal, do agora presidente, alcançou apenas 5,22% dos votos, face aos 94,78% de Ventura.

Segundo o Público, André Ventura, em declarações aos jornalistas, depois de conhecer os resultados, afirmou que "o partido escolheu o seu candidato a primeiro-ministro". Desta forma, o líder do Chega confirmou a candidatura a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas: "Aceito com orgulho e com confiança e com muita, muita fé de que teremos um resultado histórico no dia 30 de Janeiro [de 2022]". Ainda de acordo com o Público, Ventura prometeu aos militantes do Chega fazer chegar o partido ao Governo, nos próximos 4 anos.
As eleições internas do Chega foram convocadas, após a demissão de André Ventura, em setembro. A demissão ocorreu depois de o Tribunal Constitucional ter decidido que o partido estava a funcionar ilegalmente, porque as alterações aos estatutos do partido realizadas no Congresso de Évora não tinham sido claramente proferidas na convocatória desse mesmo Congresso.

Três semanas após as referidas eleições, no dia 27 de novembro, os militantes do Chega voltaram a reunir em Congresso, e aprovaram novas alterações aos estatutos do partido. A inclusão de duas novas alíneas reforça o poder de André Ventura.
De acordo com o Jornal de Notícias, decorrente da primeira alínea, o líder do Chega passa a "coordenar a atuação política dos órgãos nacionais, regionais e distritais do partido, apreciar a sua atividade e dissolver o órgão ou exonerar o seu titular". O secretário geral do partido, segundo o JN, veio assegurar que este poder consta também nos estatutos de outros partidos, e tem por objetivo evitar que membros das concelhias ou distritais apregoem ideias opostas às do Chega.

Por sua vez, conforme o Jornal de Notícias, a segunda alínea atribui ao presidente da Direção a capacidade de "indicar os candidatos em qualquer ato eleitoral em que o partido apresente ou apoie candidatura, bem como indicar os mandatários das respetivas candidaturas". Enquanto que nos outros partidos os candidatos são validados nacionalmente, no Chega passa a ser apenas André Ventura.
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