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  • Catarina Meireles

Legislativas 2022: O que esperar em Janeiro

O PSD ganha vantagem nas sondagens, mas o PS mantém-se em primeiro. As listas de candidatos aos círculos eleitorais já estão fechadas, sem grandes alterações relativamente a 2019.

 

O país vai a votos no dia 30 de janeiro. As eleições antecipadas foram convocadas pelo Presidente da República, após a dissolução do parlamento. Na origem desta decisão está o chumbo do Orçamento de Estado para 2022 pela maioria dos partidos na Assembleia da República (BE, PCP, PSD, PEV, Chega, IL e CDS) . A um mês das eleições e antes do início das campanhas eleitorais, o Transversal reúne as informações apuradas até ao momento.


Sondagens


De acordo com o agregador de sondagens da Renascença, o PS ainda continua à frente nas intenções de voto (com cerca de 37%), ainda que tenha vindo a perder popularidade desde o início do mês de dezembro. O PSD tem vindo a subir para 29% durante as últimas semanas, tendo já superado o resultado obtido nas últimas legislativas. O Bloco de Esquerda está agora em quarto lugar (6%), tendo sido ultrapassado pelo Chega (7%).


Apesar da melhoria que se observa na previsão dos resultados da direita, a soma das intenções de voto do PSD, IL e CDS (35%) não são suficientes para igualar o PS. mesmo adicionando a esse valor a intenção de voto do Chega, não seria possível obter uma maioria de direita. O PS também necessita de se aliar ao BE, CDU e PAN para conseguir a maioria dos assentos da Assembleia da República.



A Iniciativa Liberal mostra-se interessada em conversar com o PSD e o CDS, caso exista a necessidade de apresentar uma alternativa sólida a um governo socialista. Contudo, deixa claro que não está disposto a fazer qualquer tipo de acordo com o Chega. O PAN está disposto a negociar com quem vencer as eleições, PS ou PSD. Rui Tavares, do Livre, afirma que, se houver uma maioria de esquerda, o partido contribuirá para um acordo. Caso isso não aconteça, fará parte da oposição.


Candidaturas aos círculos eleitorais


António Costa, o atual primeiro-ministro, lidera a candidatura do PS em Lisboa, acompanhado por Fernando Medina. O partido apostou em atuais elementos do governo, ao contrário do que se sucedeu em 2015. Destaca-se a escolha do deputado independente e professor catedrático jubilado Alexandre Quintanilha, que é o cabeça de lista no distrito do Porto.

Alexandre Quintanilha. Créditos: PS
António Costa. Créditos: RTP













Ao contrário da maioria dos partidos, o PSD não terá o líder a candidatar-se em Lisboa. Rui Rio concorre em segundo lugar no Porto, atrás de Sofia Matos. Para estas legislativas, muitos dos atuais deputados que representam o partido na Assembleia da República ficaram de fora das listas apresentadas. Nas ilhas, os sociais democratas vão juntar-se ao CDS-PP. Contudo, não houve acordo entre os dois partidos para uma coligação nacional. Nas listas apresentadas pelo CDS, nenhum cabeça de lista é igual a 2019. Francisco Rodrigues dos Santos defronta os restante líderes partidários no círculo eleitoral de Lisboa.


O Bloco de Esquerda mantém-se consistente na apresentação de candidatos, com poucas alterações em relação às últimas legislativas. Mariana Mortágua volta a concorrer por Lisboa, enquanto Catarina Martins concorre no Porto. Já nas listas da CDU, mais de 50% dos candidatos são mulheres. Para além disso, 40% têm menos de 40 anos. Jerónimo Martins, dirigente do PCP e candidato ao círculo eleitoral de Lisboa, diz ao Expresso que estas "refletem a mudança na sociedade, e também no próprio PCP".


João Cotrim de Figueiredo será, novamente, o candidato da Iniciativa Liberal em Lisboa. Após a eleição do atual líder partidário para deputado em 2019 e com o aumento da popularidade do partido, a IL tem o objetivo de eleger cinco deputados. Também o PAN pretende aumentar o número de mandatos ou pelo menos manter os quatro assegurados anteriormente. Inês Sousa Real, a porta-voz do partido, concorre em Lisboa e Bebiana Cunha no Porto.


Inês Sousa Real. Créditos: Sapo 24

O Livre escolhe Rui Tavares, um dos fundadores do partido, para encabeçar a lista de candidatos em Lisboa. O Chega volta a apresentar André Ventura como candidato ao círculo eleitoral de Lisboa. O partido afirma que pretende aumentar o número de deputados para mais de 15, mas que o objetivo principal é afirmar-se como a terceira força política nacional e "destronar" o Bloco de Esquerda.


Ao todo, existem 22 círculos eleitorais: 20 correspondem ao território nacional - 18 distritos e 2 regiões autónomas - e 2 à imigração - Europa e fora da Europa. Os eleitores não elegem diretamente os deputados, pois votam em listas plurinominais apresentadas por partidos ou coligações. A escolha dos 230 deputados da Assembleia da República é feita através de voto pessoal, direto, presencial, secreto e universal de todos os cidadãos recenseados, utilizando o método de representação proporcional.


Debates eleitorais

Os três canais generalistas - RTP, SIC e TVI - acordaram um calendário para a realização de debates políticos entre os diversos partidos. Vão decorrer, ao longo da primeira quinzena de janeiro, 35 debates entre os partidos com representação política em 2019. A 17 e 18 de janeiro, vão ser realizados mais dois: um debate entre todas as forças políticas com representação no parlamento em 2019 e um com os partidos que não elegeram nenhum deputado.



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