Progressos na cura do HIV
- Catarina Meireles
- 24 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de dez. de 2021
Foram feitos importantes avanços no que toca à luta contra o HIV, o vírus responsável pela SIDA.
Durante este ano foram essenciais os passos dados na luta contra a pandemia do HIV. Cientistas da Janssem Vaccines and Prevention B.V., em parceria com HIV Vaccine Trials Network (HVTN) e o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids (Brasil) iniciaram uma investigação que consideram a “mais promissora” das últimas décadas, avaliando a eficácia da administração de uma combinação de vacinas.
Mosaico, a investigação, utiliza uma tecnologia de adenovírus como vetor. Os testes a ser realizados atualmente envolvem cerca de 6 mil pessoas em África, na Europa, América do Norte e América do Sul. Os investigadores mostram-se esperançosos, uma vez que, em testes anteriores realizados em macacos, a taxa de imunização atingiu os 67% - uma das maiores alguma vez registadas.
Uma outra pesquisa, levada a cabo pelo laboratório Moderna, está também a testar uma vacina que se baseia na tecnologia de mRna – a mesma utilizada na criação da vacina contra o covid-19. Encontra-se ainda numa primeira fase de teste, com a duração de 10 meses, que pretende verificar a resposta imune e a segurança da aplicação da vacina. Envolve 56 pessoas que são portadoras do vírus entre os 18 e os 50.

Nos últimos meses, têm também surgido medicamentos inovadores. Em dezembro de 2020, a Agência Europeia do Medicamento aprovou um tratamento de longa duração contra o HIV. Cerca de 1 mês depois, a FDA (Agência Norte-americana do Medicamento) seguiu o mesmo caminho. Este consiste na toma de injeções mensais em ambiente hospitalar e surge como alternativa ao tratamento atual, que envolve diversos comprimidos diários.
Em estudos realizados em 16 países, o medicamento injetável Cabenuva provou ser tão eficaz como a terapia diária. Esta injeção é indicada para adultos a viver com HIV que já estejam em terapia antirretroviral (TAR), com supressão virológica prévia. Antes de iniciarem o tratamento, os pacientes necessitarão de administrar oralmente cabotegravir e rilpivirina (componentes da medicação) durante um período de 30 dias, para avaliar a tolerância à terapia.
A redução dos dias de tratamento de 365 para cerca de 12 pode trazer uma melhoria na qualidade vida a muitas pessoas que vivem com HIV, especialmente para quem poderá ter dificuldades em manter uma terapia diária – como pessoas que sofram com doenças mentais ou com problemas de abuso de substâncias. O Transversal falou com a Associação Abraço e com uma pessoa portadora de HIV.
O vírus da HIV afeta cerca de 38 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo o relatório da ONU referente a dados de 2020. Apesar de todos os avanços na contenção da infeção, o vírus continua a ser um problema de saúde pública a nível mundial. O objetivo das organizações mundiais era erradicar a doença até 2030, no entanto a pandemia de covid-19 pode ser um entrave a esta meta ambiciosa.
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